AS ARMAS DE FOGO                                                          Ligações   (Fabricantes de Armas e Acessórios)

                                                                                                                                                                                                           BALÍSTICA            

NORMAS DE SEGURANÇA


    Podem ser de dois tipos : caçadeiras ou carabinas.

As caçadeiras são armas de um ou de dois canos, de alma lisa, variando os calibres desde o 12 até ao 20. Apesar de serem armas vocacionadas para caça menor em virtude de poderem disparar munições ( cartuchos) de tipos diferentes carregados com chumbo, (também de tamanhos distintos conforme o tipo de animais  que se pretende caçar ) são igualmente utilizadas na caça maior com alguma frequência, principalmente quando se trata de atirar a distâncias relativamente curtas ( até aos 40 metros) ou quando o Monteiro não gosta de (ou não pode) atirar com carabina. Utilizam-se nestas armas diferentes acções de carregamento ( semiautomático ou manual ), apenas sendo permitido, nesta modalidade de caça a utilização de cartuchos carregados com bala. Saliente-se que a utilização (ou porte) de cartuchos carregados com zagalotes é estritamente proibida.

    Caçadeiras de Canos Sobrepostos : A - de canos separados para melhor ventilação/arrefecimento. B - de canos ventilados

              

                                Caçadeiras semiautomáticas :                                                                           Caçadeiras de canos laterais

       A - de choque fixo; B - de ponteiras amovíveis                                            A - de platinas inteiras;  B - de meias platinas

                                         

                    Detalhe caçadeira de canos laterais                                                          Detalhe caçadeira de canos sobrepostos

    As carabinas, por sua vez, são armas de caça maior por vocação e excelência. Trata-se de armas de um ou de dois canos estriados, aptos e especificamente preparados para disparar "munições metálicas". São armas de grande precisão ( que permitem, por exemplo, colocar uma bala dentro de um círculo com 5 cm de diâmetro a uma distância de 150 metros) e de grande efeito de impacto ( derrube) que permitem cobrar um peça de caça de grande porte com um único tiro e sem causar sofrimento desnecessário ao animal, já que provoca morte quase instantânea. Podem utilizar também diferentes acções de carregamento (manual e semiautomático) e disparar munições de calibres variados ( desde os 5mm de diâmetro exterior até aos 11mm ou mais ). As mais usuais são as carabinas de culatra manual ( repetição, de carregamento manual tiro a tiro), as de repetição semiautomática (com carregador adaptado para suportar, no máximo, duas munições ) e as  "Express" (carabinas de dois canos justapostos ou sobrepostos).

              Carabina de Culatra Manual ( Sistema Mauser)                                         Carabina de Culatra Rectilínea com Mira Telescópica

Carabina Express de Canos Laterais (Detalhe)

Carabina Semi Automática

 

 Existe ainda um terceiro tipo de carabina : a monotiro, de sistema de abertura basculante  (tal como as caçadeiras) ou  de sistema de culatra fixa (falling block), sendo estas armas especialíssimas, de muito pouco peso, grande precisão de tiro e ideais para caça de aproximação em regiões de caça difícil ou extrema. Trata-se de armas para uso exclusivo de especialistas, dada a impossibilidade de repetir o tiro em tempo oportuno - um tiro e nada mais.

Carabinas Monotiro Basculantes:

A: Com Mira Telescópica    B: Sem mira e Modelo Full Stock ( Stutzen)

Carabina Monotiro de Culatra Fixa ( Falling Block)

Convém ainda referir que, se as armas de cano estriado forem equipadas com uma mira telescópica ( Óptica) se melhoram significativamente as condições de tiro, bem como a precisão dos impactos. Basta lembrar que com uma mira de 5 aumentos um animal que se encontre a 100 metros de distância será visualizado como se estivesse apenas a 20 metros. Este equipamento constitui ainda uma enorme vantagem para quem tem problemas de visão, uma vez que a mira ( retículo) e alvo (animal) se encontram no mesmo plano de imagem e apenas a 10 cm do olho. Contudo convém não descurar a importância da regulação deste tipo de miras.

Imagem de uma Mira Telescópica com o alvo a 100 metros

    Sobre os calibres destas armas estriadas - e sem querer alongar-me demasiado -  deve mencionar-se que a designação destes pode aparecer de duas formas distintas: dois valores numéricos unidos pelo sinal (X), ou um valor decimal de três dígitos. A primeira é uma representação característica dos calibres europeus (inventados por fabricantes da Europa) na qual o primeiro valor representa  o diâmetro externo do projéctil enquanto o segundo representa o comprimento da cápsula (cartucho metálico); ambos os valores são representados em mm;  exemplos:  6,5X55  -  7X57 -  7X64 - 9,3X62 - 9,3X64 - 9,3X74  etc. A segunda é uma representação anglo-saxónica, característica dos calibres Ingleses e Americanos; os três dígitos referem-se ao diâmetro externo do projéctil, apenas, medido em milésimos de polegada ("); exemplos:   .243  - .264  - .270  - .280  - .300  - .338  - .375  - .416  - .458, etc. A seguir esta designação podem ainda aparecer outros caracteres que se referem ao fabricante do calibre, tais como R (de Remington), WB (de Weatherby), W (de Winchester). É igualmente usual o símbolo Mg imediatamente a seguir à designação do calibre, o qual significa Magnum (cartucho de maior capacidade de pólvora).

Munições para Carabinas DAKOTA (USA):

De 7 mm a .330 para espécies até 300 kg ; De .375 a .450 para espécies de Grande Porte e Perigosas ( Africanas)

Munições  Magnum de tipo Weatherby (USA). Note-se o reforço na base da cápsula


Regulação de Miras Telescópicas:

Muitas vezes acontece quando se adquire uma carabina, proceder-se á escolha de uma mira telescópica de boa marca e, de acordo com as sugestões e oferecimentos do armeiro, deixamos tudo no local à responsabilidade do vendedor para que monte e regule a respectiva.  Passados alguns dias voltamos lá, levantamos o equipamento e ouvimos o armeiro referir que a mira está "certinha" a ... x metros. Com a maior das convicções, contratamos as primeiras jornadas de caça, sejam elas montarias ou esperas e ... vamos "caçar".

Mais normal ainda é... seguirem-se as desilusões. E questionamo-nos como foi possível errar aquele veado que nos entrou a passo, calmo e apenas a 20 metros, ou como pudemos errar aquele "porco" de 90 kg. parado, a comer no cevador .

Pois é caros companheiros de caça. Erramos porque a arma não estava regulada para nós ( leia-se por nós) mas sim pelo armeiro/vendedor. E para mais, se calhar, nem tivemos o cuidado de lhe perguntar com que munição foi a mira regulada. Porque cada marca de munição, cada tipo de projéctil dentro da mesma marca e cada peso de bala têm regulações distintas ou até muito diferentes. E de acordo com estas informações "cada bala vai bater num local diferente". Além disto cada pessoa tem também  diferentes formas de pegar na arma e igualmente uma reacção diferente no momento do tiro, alterando de igual modo o ponto de impacto. Estas situações são tão importantes que quando as refiro e noto alguma admiração nos ouvintes, costumo acrescentar que estes procedimentos fazem a diferença entre cada tiro ser um animal cobrado, ou não ( como dizem os americanos : One shot, one kill).

Aqui ficam pois os procedimentos a respeitar, meticulosamente , para a regulação de miras telescópicas:

    1.  Escolha cuidadosamente o tipo de projéctil de acordo com o tipo de animais que vai caçar optando sempre por uma bala de peso médio dentro das diferentes disponibilidades para o calibre da sua arma.

    2. Adquira um número razoável dessas munições (recomenda-se 100). Lembre-se que cada mudança ou alteração implicará sempre nova regulação.

    3. Consulte atentamente a tabela balística que acompanha cada caixa de munições, para conhecer a diferença dos impactos  a 50 metros e a 100 metros. ( + significa acima do local onde se aponta e, e  -  abaixo desse mesmo local.)

    4.  Consulte o manual explicativo da mira telescópica para saber a quantos milímetros corresponde cada click quer na regulação em altura, quer na regulação em direcção ( nem sempre os valores são os mesmos). Atente ainda a que, normalmente, esta referência vem em meios, quartos ou oitavos de polegada - faça a conversão para milímetros.

    5.  Se possível utilize um colimador ( pessoalmente prefiro os clássicos, de quadriculado 10x10) e faça uma pré regulação da mira fazendo coincidir o retículo com a cruz central do colimador; vai ver quantas munições poupa quando fizer a regulação final a tiro.

    1.  Utilize uma mesa estável, e um apoio para o fuste da carabina ou a mão que segura o fuste ( tipo saco de areia ou com outro enchimento maleável). Não utilize apoios fixos nos quais o fim da coronha  se encosta num batente porque pode danificar irremediavelmente o óculo, partir a madeira da coronha nas fixações internas, obtendo, para além do referido, uma regulação irreal e deficiente.

    2. Coloque dois alvos iguais: um a 50 e outro a 100 metros. No primeiro (50 metros) será onde vai fazer a regulação de pormenor; no segundo (100 metros) fará a verificação final.

    3.  Se a sua mira tiver aumentos variáveis fixe-a a metade dos aumentos. ( p.ex. numa mira 3 - 12 aumentos, coloque-a em 6 aumentos)

    4.  Atire sempre sentado e o mais descontraído possível.

    5. Comece por fazer três tiros a 50 metros, controlando a respiração e tentando não fazer "gatilhada" ( o gatilho da carabina é diferente do das caçadeiras).

    6. Se tudo correr bem os impactos deverão encontrar-se na mesma zona do alvo ligeiramente separados uns dos outros ( 3cm no máximo é uma variação aceitável ).

    7. Proceda ás correcções necessárias, utilizando para o efeito as torretas de regulação da mira, tendo sempre por base as informações mencionadas nos pontos 3. e 4. do capítulo anterior ( se os impactos estiverem baixos em relação ao ponto desejado, desloque a torreta os clicks necessários no sentido UP para subir o tiro; se estiverem á esquerda desloque a outra a torreta no sentido RIGHT)

    8. Faça agora conjuntos de dois tiros para verificar se os impactos se encontram no ponto desejado, voltando a repetir as correcções nas torretas se necessário.

    9. Quando entender que a mira "está certa" a 50 metros deverá utilizar o alvo dos 100 metros para a verificação final. Faça novamente um conjunto de 3 tiros neste alvo e verifique se o distanciamento entre os impactos se encontra dentro dos limites aceitáveis e no ponto desejado. Se não, proceda a novas correcções mas agora com maiores cuidados ( a distância ao alvo é muito maior ! ).

    Repare-se agora no exemplo que se segue. Para este calibre ( 243 W.) e peso de bala, a referência balística era que, para uma regulação a 200 metros, os impactos deveriam estar 0,8 cm acima do centro a 50 metros e 2,5 cm acima do centro a 100 metros. O alvo ( tamanho A4 ) que se segue foi utilizado na verificação dos 100 metros e a numeração corresponde á ordem sequencial dos tiros, com as respectivas correcções.

    Note-se que os impactos finais ( 4,5,6 e 7) se encontram exactamente 2,5 cm acima do centro ( cada quadrícula equivale a 1 cm ) e perfeitamente alinhados com o centro do alvo. Se nos lembrar-mos que  a mão nunca é tão firme quanto desejamos, podemos considerar que, devido ao facto dos impactos se encontrarem colados uns aos outros e no local desejado, estamos em presença de uma regulação perfeita. Sendo que esta regulação nos vai permitir atingir a área vital de qualquer espécie de caça maior portuguesa até aos 250 metros de distância ( !!! ), sem ter que dar descontos.

Feita pelo próprio, que assim fica a"conhecer" a sua arma e ter a confiança necessária para saber o que pode fazer com ela.

Finalmente deve-se salientar que a munição com que se regula a mira é aquela com que se caça.

E, mais uma vez ESTA É A DIFERENÇA ENTRE CADA TIRO SER UM BICHO ...   ... OU NÃO !!!

Saudações Monteiras.


NORMAS DE SEGURANÇA COM ARMAS DE FOGO

Porque os acidentes não acontecem só aos outros e também porque uma arma de fogo é um objecto que tanto nos pode dar muito prazer como nos pode dar muita tristeza e situações irremediáveis, nunca é demais (re)lembrar as normas de segurança que devem ser respeitadas quando da sua utilização e SEMPRE.

É verdade que, felizmente, a ocorrência de acidentes com armas de fogo não é vulgar no nosso país e que são raros os acontecimentos deste tipo. Mas é também verdade que quando acontecem têm consequências graves e irreversíveis.

Assim passaremos a expor as regras de segurança que devem ser observadas em três momentos distintos da nossa relação com as armas de fogo: na sua detenção domiciliária, no seu transporte para os diferentes locais e momentos de utilização bem como no regresso, e em situação de caça ou tiro desportivo.

na  detenção domiciliária

Uma arma de fogo é por si só  um atractivo para as crianças que, numa residência, saibam da sua existência. Para além disso são igual atractivo para os amigos do alheio que sempre que podem, deitam a mão ao que não é seu. Ar armas de fogo devem, por isso, ser armazenadas em local seguro que evite a curiosidade de uns e a intromissão de outros.

1. Em casa deverá guardar as suas armas descarregadas, dentro de estojo apropriado, com cadeado de gatilho e removendo partes extraíveis que impossibilitem  o seu funcionamento (fuste no caso das caçadeiras e culatra amovível no caso das carabinas de repetição tiro a tiro), isto  se  for proprietário de um máximo de duas armas da classe D ou C .

2. No caso de ser proprietário de mais de duas armas de qualquer das classes mencionadas deverá armazená-las num armeiro de segurança, tipo cofre forte, que não seja possível mover (deverá estar rigidamente fixo à parede e ao chão) ou em alternativa numa casa forte construída ou adaptada para o efeito. Esta é uma imposição legal da Lei das Armas, para além de ser uma norma de segurança.

3. Verifique periodicamente o estado das armas que detém. Se não detém conhecimentos específicos para o efeito, peça ao seu Armeiro para o fazer por si.

4. Não exiba as suas armas a terceiros que não sejam caçadores ou atiradores, pois que não sendo conhecedores, podem usar esse tipo de informação de forma a causar-lhe problemas, mesmo sem intenção e de forma inconsciente.

5. De igual modo não exiba as suas armas na presença de crianças, suas ou alheias, por motivos óbvios. Se tem filhos e pretende que sigam os seus desportos e hobies, espere pela idade apropriada para lhes começar a transmitir a formação necessária para este efeito.

6. Armazene as munições das suas armas em local seguro, distinto daquele onde guarda as armas, em ambiente com  humidade controlada (a humidade pode alterar as características das munições) e fechadas à chave. É usual deter um cofre semelhante aos das armas para armazenar as munições.

7. Utilize apenas munições dos calibres correctos para cada arma. Se dispõe de vários calibres separe e etiquete as suas caixas de munições de forma a identificar facilmente o calibre da munição que contêm. Não se esqueça que no caso das carabinas diferentes calibres utilizam cápsulas da mesma dimensão (p. ex. os .270 , 30-06 e 9,3X62 ) pelo que a utilização de uma munição de calibre menor num cano de calibre maior pode ter consequências graves.

8. Nunca armazene grandes quantidades de munições com o objectivo de durarem para muito tempo. Para além de haver limites máximos legais para o armazenamento domiciliário das munições,  a sua detenção prolongada causa alterações nas cargas de pólvora. Quando estas apresentarem um aspecto "velho" (demasiado oxidadas no seu exterior ou com verdete) devem ser inutilizadas e não devem ser disparadas nas armas a que se destinavam.

9. Trate sempre qualquer arma como se estivesse carregada. Sempre que lhe pegar verifique se está municiada e actue em conformidade. Não se esqueça que a maioria dos acidentes acontece  com  armas descarregadas.

10. Durante os períodos de defeso ou fora das provas desportivas, pratique o máximo possível coma as suas armas, em campo de tiro apropriado ou em local autorizado para o efeito. Quanto melhor conhecer as suas armas mais segura será a sua utilização.

Durante o seu transporte

As armas têm de ser transportadas tal como se encontra previsto na Lei, ou seja acondicionadas dentro de estojo próprio e com cadeado de gatilho o qual só deve ser removido no local da sua utilização. Para além disso há algumas regras básicas que nos podem facilitar a segurança, como as que a seguir se indicam:

1. Quando viajar de automóvel, acondicione o estojo ou mala da arma junto com a sua bagagem de forma equilibrada e segura. Em caso de acidente a sua arma, mesmo sem disparar, pode causar-lhe ferimentos graves.

2. Se viajar de avião a arma deve ser acondicionada em mala específica fechada à chave ou com cadeado exterior de segurança, estando sujeita a procedimentos específicos conforme o país de destino e de acordo com as normas de segurança aeroportuárias. Informe-se previamente junto das autoridades nacionais e da respectiva companhia de aviação, com alguma antecedência, a fim de poder atempadamente cumprir com todos os requisitos.

3. Nunca deixe a sua arma à vista dentro de qualquer meio de transporte. Se tiver de se ausentar do veículo durante algum tempo, tenha o cuidado de não deixar a mala/estojo á vista do exterior e se a ausência for prolongada providencie para que alguém observe o veiculo com alguma frequência.

4. Se a deslocação implicar passar a noite num hotel ou outro local, nunca deixe a arma dentro do carro durante a noite. Faça-se acompanhar dela e deposite-a no cofre do hotel ou, em alternativa, junto a si no quarto onde dorme.

5. Quando em viatura automóvel, transporte as munições separadas da sua arma,  correctamente acondicionadas em caixa própria e em local onde considere ser improvável que sofram grandes choques ou possam incendiar-se, em caso de acidente.

Em situação de caça ou tiro

Estas serão, provavelmente as normas de segurança mais importantes pois condicionam completamente a utilização das nossas armas de fogo. São elas que fazem a distinção entre uma utilização segura e responsável e uma utilização perigosa e irresponsável.

1. Durante o acto venatório retire a bandoleira à sua arma.

2.  Se a sua arma tiver um sistema de fecho basculante, ao fechá-la dirija os canos para o chão. Levante a coronha, em vez dos canos.

3. Quando em deslocação nunca transporte a sua arma com os canos na horizontal. Dirija-os para o chão ou para o ar .

4. Quando em acto de caça não se desloque  segurando a arma com o dedo no gatilho.

5. Antes de municiar a sua arma verifique sempre o estado do(s) cano(s) e da câmara, procurando eventuais obstruções.

6. Nunca suba a uma árvore, salte uma vala ou uma cerca com a arma carregada. Não confie na segurança e retire as munições das câmaras.

7. Nunca pegue numa arma com o cano virado para si.

8. Depois de uma queda ou de uma passagem mais difícil, no meio do mato, verifique o interior dos canos antes de disparar.

9. Nunca encoste uma arma a um carro, a uma árvore ou a uma parede; é quase certo que vai cair. Se estiver carregada pode disparar-se e atingir alguém.

10. Identifique com clareza o alvo antes de disparar. Não atire ao vulto. Conheça bem o aspecto físico dos animais que está a caçar.

11. Nunca atire contra superfícies planas e duras ou para a água. Lembre-se que os projecteis podem fazer ricochete.

12. Na caça maior e usando carabina, nunca faça tiros rasantes, isto é para as cristas ou cumeadas, garantindo que a bala fique sempre retida num obstáculo sólido ou no solo.

13. Nunca aponte uma arma a nada a que não tenha intenção de atirar.

14. Utilize apenas as munições autorizadas e apropriadas à espécie que pretende caçar. Conheça bem as munições próprias para a sua arma.

15. Nunca dispare para uma moita ou para dentro de mato cerrado (nunca se sabe o que está por trás).

16. Nunca dispare na direcção de  pessoas (mesmo que elas lhe pareçam fora do alcance).

Quando em presença de caça colectiva, nomeadamente em batidas (de caça maior ou menor) e em Montarias há ainda algumas regras de segurança acessórias e da maior importância:

17. Os caçadores devem colocar-se voltados para a área a bater e sempre junto desta.

18. Devem assinalar a sua localização aos postos adjacentes e garantir a sua permanente visibilidade.

19. Nunca devem atirar ou “correr a mão” em direcção dos outros postos.

20. Devem evitar a todo custo atirar para dentro da mancha a bater/caçar. Deverão deixar sair os animais da mancha e atirar só depois destes terem ultrapassado a linha de postos. Não se esqueça que é preferível perder um animal do que atingir um companheiro.

21. Nunca devem abandonar o posto antes do sinal que indica o fim da batida ou montaria ou antes que o postor o recolha.

22. Sendo dever de qualquer caçador responsável procurar um animal que tenha ferido, este trabalho apenas deverá ser realizado depois de terminada a montaria ou abatida, fazendo-se acompanhar de outra pessoa e avisando os responsáveis pela organização.

23. As armas devem obrigatoriamente ser descarregadas logo que que seja audível o sinal de fim da montaria/batida ou logo que o postor esteja visível. A partir deste momento deverá ser expressamente proibido atirar a qualquer animal que se apresente.

24. Mesmo quando em acto de caça nunca entre numa viatura, casa ou tenda com uma arma carregada.

Finalmente resta-nos acrescentar mais uma ou outra regra de carácter geral mas igualmente importante, tal como:

  Não se fie na segurança da arma, mas use-a sempre!

 Nunca misture bebidas alcoólicas com armas.

Não existe prudência em excesso. A maioria dos acidentes de caça deve-se a imprudências.

 Respeite e cumpra escrupulosamente as leis relativas à posse e utilização de armas.

O caçador é totalmente responsável pelos seus actos. Ferir alguém é dramático. Matar é trágico. Tenha sempre presente esta facto: uma desatenção, um erro, podem, numa fracção de segundos resultar numa tragédia irreversível que pode espalhar a dor e o luto em duas famílias - a da vítima, mas também a do culpado.

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